sábado, 11 de abril de 2009

A geografia da pobreza



O Brasil a partir dos anos 50, começou a viver um surto de modernização (industrialização, urbanização e crescimento econômico).
A partir dos anos 70 a modernização da sociedade atinge o campo. Modernização conservadora, pois não alterou a estrutura fundiária do país, que pela falta de uma reforma agrária nacional, favoreceu um forte deslocamentos de pessoas pobres do campo para os grandes e médios centros urbanos do país.


A migração rural - urbana em nosso país, gerou diferentes instalações da pobreza nos grandes centros urbanos, onde a submoradia, as deficiências sanitárias e os prejuízos ambientas são alguns dos aspectos da cultura da pobreza no Brasil. Este estilo de desenvolvimento desigual, gerou uma urbanização da pobreza. Pobres espremidos em áreas de riscos, áreas sem infra estrutura básica (água encanada, instalações sanitárias, eletrificação, saúde, educação, etc.).


O crescimento econômico do Brasil, não veio acompanhado das melhorias sociais para a população de baixa renda, ficando excluída do consumo, de saúde, educação, moradia, qualificação, lazer, etc.


Este modelo de desenvolvimento, concentrador e excludente, gerou disparidades regionais ainda maiores. Temos as regiões Nordeste e Norte como áreas marcadas fortemente pela pobreza de sua população.


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Objetivo do Café com Geógrafo

O Café com Geógrafo é um espaço para se falar de geografia humana sofrida, mas não é um espaço acadêmico, é um espaço para quem se preocupa com a miséria, com a fome, com a falta de recursos hídricos, com os problemas ambientais, que se preocupa com o futuro e que se pergunta constantemente por que algumas regioes brasileiras se desenvolvem e outras não?! Por que há regioes ricas e pobres?!
As Regiões do Brasil são uma divisão que tem caráter legal e que foi proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1969. O IBGE levou em consideração apenas aspectos naturais na divisão do país, como clima, relevo, vegetação e hidrografia; por essa razão, as regiões também são conhecidas como "regiões naturais do Brasil". Há uma pequena exceção com relação à região Sudeste, que foi criada levando-se parcialmente em conta aspectos humanos (desenvolvimento industrial e urbano).
O Café com Geógrafo defende a tese que a região tem de ser vista e atendida em todos os setores, por meio de incentivos e atendimentos múltiplos para todas as comunidades residentes. Segundo *Aziz Ab'Sáber (2005), o mundo urbano novo que fez crescer e multiplicar cidades atraiu gente de todas as beiradas de rio e igarapés, mas não teve força para ampliar ou multiplicar mercados de trabalho. Daí ter surgido uma nova pobreza, responsável por subnutrição, bairros carentes, favelas e dramas pessoais e familiares inenarráveis.
Estaremos contemplando o estudo das regioes, o espaço urbano e suas formas de ocupação, a geografia rural, a geografia da população, a geografia médica, o estudo dos solos, a geomorfologia, a climatologia, em suma, estaremos tratando da geografia que gente conhece com uma pitada de conhecimento academico. Uma oportunidade também de conhecer grandes geógrafos e o conteudo de suas obras.

*AZIZ NACIB AB'SÁBER nasceu em 1924, na cidade de São Luiz do Paraitinga, situada no Vale do Paraíba. Entrou na Universidade de São Paulo e formou-se em Geografia e História em 1944, fazendo sua especialização em geomorfologia. Como professor lecionou em diversas faculdades e por catorze anos foi titular na USP.
Paralelamente aos seus estudos, Aziz fez inúmeras viagens pelo Brasil, observando a fisionomia das paisagens e as características de cada ecossistema. A busca por compreender a compartimentação total do relevo brasileiro ampliou-se com seu interesse pela fitogeografia, que o levou a investigar a distribuição da vegetação nos diferentes domínios de natureza. Com o tempo, sua abordagem foi se ampliando cada vez mais, integrando as diversas áreas do conhecimento.
A integração entre ciência e política é um propósito fundamental para Ab'Sáber. Ele afirma a importância do conhecimento científico para o planejamento e a administração pública, defendendo que a crítica deve ser acompanhada por propostas viáveis e inteligentes.
Desde 1988 integra o Instituto de Estudos Avançados da USP, onde recebeu o título de professor honorário. Nessa instituição, publicou trabalhos relevantes como: "Zoneamento ecológico e econômico da Amazônia: questões de escala e método" (1989); "Um plano diferencial para o Brasil, projeto Floram" (1990); e "Sertões e sertanejos: uma geografia humana sofrida" (2003).Profundo conhecedor da realidade brasileira, Aziz Ab'Sáber sempre lutou pela preservação dos ecossistemas e pela criação de uma sociedade cada vez mais justa.